Quando você pensa em ensino e aprendizagem, o que vem à sua mente? Uma sala de aula, um professor dando ministrando um conteúdo e alunos sentados ouvindo?
Provavelmente, esta é a imagem que surge na cabeça da maioria das pessoas. Contudo, o processo de ensino-aprendizagem vai muito além disso.
Ele se caracteriza por uma série de interações entre professores e alunos que resultam na aquisição de saberes teóricos e práticos, não só para os estudantes como também para os docentes. Afinal, sempre que interagimos com outras pessoas também estamos aprendendo com elas.
Em outras palavras, o processo de ensino-aprendizagem resulta em experiências, que podem ser culturais, emocionais, físicas, cognitivas e até psíquicas.
Essas experiências, por sua vez, vão moldando as pessoas ao longo da vida, ajudando a construir suas próprias personalidades, valores e crenças.
Ensinar e aprender: muito mais do que uma dinâmica dualista
Muitas vezes, o processo de ensino-aprendizagem é traduzido por duas ações: ensinar e aprender. A segunda, sendo decorrente da primeira.
Todavia, se não existir um aluno para aprender, o professor também não realiza a sua ação, que é ensinar. Isso significa que ensinar e aprender são dinâmicas interdependentes.
Mas, mais importante do que isso, é sabermos que este processo não é unilateral. O professor que ensina também aprende, assim como o aluno também ensina.
Para ficar mais claro, imagine um estudante que tem dificuldade em matemática. Se o professor insistir em tentar ensiná-lo sempre da mesma forma, não resultará em aprendizado.
Por outro lado, se o professor se abrir para aprender um novo formato de ensino, como usar um ábaco ou uma aplicação prática daquilo que ele está tentando demonstrar, então terá não só ensinado ao aluno, mas aprendido com o processo.
E aqui vale ressaltar que o aprendizado não será apenas do “novo modo de ensinar”, mas também sobre a dificuldade do estudante e como ela pode ser contornada com outros recursos pedagógicos.
Nesse sentido, o processo de ensino-aprendizagem vai muito além da educação formal. Ele é extrapolado para a vivência de cada pessoa, transformando-a não só em termos culturais, mas sociais, emocionais e psicológicos.
Ensino-aprendizagem como motor de crescimento
O processo de ensino-aprendizagem não se dá apenas na escola. Ele acompanha o ser humano ao longo de toda a vida e permite que ele se desenvolva de forma plena.
Desde o momento em que o bebê nasce, ele está em constante processo de aprendizagem, sendo que o mundo à sua volta, bem como as pessoas, são seus professores. Porém, é na escola em que vemos este processo de forma mais estruturada. E qual é o objetivo dele?
Dar mais autonomia
Um processo de ensino-aprendizagem bem estruturado está pensado para que o estudante desenvolva autonomia, usando o conhecimento adquirido para conduzir suas próprias experiências.
Nesse sentido, o professor atua como um orientador, que concede o conhecimento que o estudante precisa para que ele mesmo tire suas próprias conclusões.
Preparar para a vida em sociedade
Outro objetivo do processo de ensino-aprendizagem é o de preparar os estudantes para agirem em sociedade. Portanto, ele deve considerar não só a transmissão de conhecimento, mas o desenvolvimento de habilidades sociais.
Isso pode ser feito de inúmeras maneiras, sempre respeitando as características e particularidades de cada aluno. Por exemplo: incentivando a realização de seminários, peças teatrais, trabalhos em grupo, debates, entre outros.
Aquisição de habilidades, competências e atitudes
O aprimoramento contínuo é uma necessidade de todo ser humano. Afinal, é por meio das experiências que temos ao longo da vida que vamos moldando nosso caráter, construindo habilidades e nos diferenciando como seres humanos.
Na educação, formal ou não, o processo de ensino-aprendizagem também tem por objetivo fornecer as bases para a aquisição contínua de habilidades, competências e atitudes.
Essas características, por sua vez, é o que garantirão crescimento pessoal e profissional ao longo da vida.
Processo de ensino-aprendizagem para o futuro
Os modelos tradicionais de ensino, que consideram a trasmissão de conhecimento em sala de aula, já não são suficientes para dar conta de um mundo em constante evolução.
Nesse sentido, tanto instituições de ensino quanto profissionais de educação precisam estar a par de tendências e tecnologias que podem facilitar, diversificar e melhorar o processo de ensino-aprendizagem em todas as fases da vida.
Aqui, você confere algumas delas:
Ensino personalizado
É cada vez mais evidente a necessidade de desenvolvermos métodos de ensino que privilegiem as características de cada aluno. Afinal, é respeitando a individualidade de cada um que poderemos potencializar suas habilidades.
Nesse sentido, uma das tendências educacionais é a busca por processos de ensino-aprendizagem individualizados, pensados, planejados e desenvolvidos de forma a trabalhas as potencialidades e dificuldades de cada estudante de forma única.
Microlearning
Com o passar do tempo e a variedade de distrações que temos ao nosso redor, nossa atenção vem passando por um processo de redução.
Só para você ter uma ideia, a média de tempo de atenção em uma tela era de dois minutos e meio, em 2004. Em 2023, este tempo havia reduzido para 47 segundos.
Uma vez que a atenção é desviada, uma pessoa leva 25 minutos para retornar ao mesmo foco de atenção anterior.
Essa característica, decorrente do mundo digital, tem levado instituições de ensino e profissionais de educação a investir no microlearning. Isto é, pequenas pílulas de conhecimento que podem ser consumidas rapidamente.
Abordagem socioemocional
O Brasil está entre os países com maior índice de pessoas com transtornos de ansiedade e depressão, sendo que o índice de crianças e jovens chegou a superar o de adultos na última década.
Diante deste desafio, os processos de ensino-aprendizagem também vêm passando por reformulações, buscando uma abordagem socioemocional. Ou seja, inserir no cotidiano dos estudantes temas como saúde mental, relacionamentos interpessoais, empatia, compaixão, entre outros.
Gamificação
Outra tendência que tem ganho cada vez mais destaque é a gamificação, isto é, a inserção de dinâmicas de jogos para obter maior engajamento das pessoas.
O nome deriva de gamification, cuja raíz está nos games ou jogos de videogame. Nessas dinâmicas, o jogador tem metas a alcançar e desafios a superar, além de receber prêmios por sua performance.
Ao trazer esse contexto para dentro das salas de aula, os professores tendem a conquistar maior comprometimento com as atividades, despertando a motivação e o engajamento dos alunos.
Falar sobre processos de ensino-aprendizagem é um assunto que rende inúmeros debates e propostas de inovação. Portanto, se você deseja se aprofundar no assunto e se tornar um profissional de educação de sucesso, não deixe de conferir a Pós-Graduação em Metodologias Ativas e Inovação em Aprendizagem!