O uso de metodologias ágeis de gestão de projetos nas empresas já não é novidade. Mas você já pensou em aplicar esse tipo de ferramenta na área de educação?
É o que muitas escolas e universidades estão fazendo, com o objetivo de tornar o ambiente educacional mais dinâmico. Porém, não se trata apenas de dinamizar os processos internos.
Até mesmo em sala de aula é possível aplicar frameworks como Scrum ou Kanban para inovar no modo de educar e trazer um pouco do que o mercado de trabalho exige até mesmo nas séries iniciais.
Continue a leitura e entenda como usar as metodologias ágeis na educação!
O que são metodologias ágeis?
Metodologias ágeis são estruturas que permitem acelerar a execução de tarefas dentro de um projeto. Nelas, cada projeto é dividido em tarefas pequenas, as quais podem ser executadas em um curto espaço de tempo e gerar valor imediato para o cliente final.
Essa metodologia de trabalho nasceu nas empresas de tecnologia, que atuam em um contexto de mudanças frequentes. Assim, elas precisavam desenvolver um modelo de trabalho que permitisse atender a essas mudanças e entregar mais valor aos clientes no menor tempo possível.
Mas, quando aplicadas na educação, as metodologias ágeis têm a função de tornar as atividades mais dinâmicas e colaborativas, trabalhando competências que são essenciais para a vida, como trabalho em equipe, comunicação, negociação, liderança e resiliência, por exemplo.
A aprendizagem baseada em projetos
O modelo de gestão baseada em projetos deu tão certo nas empresas de tecnologia que passou a ser utilizado e adaptado a outros segmentos do mercado, como o de serviços e, claro, o de educação.
Desse modelo inicial nasceu o que hoje conhecemos como aprendizagem baseada em projetos. Essa abordagem prioriza a multidisciplinariedade em sala de aula, onde crianças, adolescentes e adultos podem aplicar tudo o que aprendem nas aulas teóricas em projetos reais.
Assim, os estudantes têm a chance de ver na prática os resultados de suas ações, testar seus conhecimentos e inovar de forma divertida, enquanto aprendem.
A estrutura da educação ágil
Com base nos modelos já desenvolvidos para o universo corporativo, foi criado uma estrutura para o uso das metodologias ágeis na educação, chamada de learning sprint. Essa estrutura possui cinco pilares:
- Refinamento: quebrar um objetivo maior em tarefas menores, priorizando cada uma delas e comunicando-as de forma clara.
- Planejamento: determinar o que será alcançado ao final do sprint e como o trabalho vai ser realizado.
- Check-in: conversas curtas e frequentes sobre o aprendizado para alinhar, verificar o progresso, adaptar e resolver qualquer barreira.
- Revisão: avaliar, validar e fornecer feedback sobre o aprendizado no sprint.
- Retrospectiva: refletir sobre o sprint e identificar compromissos acionáveis para melhorar a forma como aprendemos e colaboramos.
Geralmente, cada sprint dura no máximo 30 dias, para que haja maior participação e o feedback seja constante.
O passo a passo do trabalho com metodologias ágeis na educação
Cada learning sprint ou etapa do processo de aprendizagem é dividida da seguinte forma, com base na segmentação feita durante o refinamento:
Planejamento
Nesta etapa, serão definidos o porquê, o quê e o como será feito.
A primeira pergunta a ser feita para a turma é: por que esse aprendizado é valioso? Ou seja, por que os estudantes deveriam aprender isso? Qual é o nível de relevância desse aprendizado?
É importante envolver toda a equipe nesta reflexão, a fim de obter um melhor alinhamento durante o desenvolvimento das atividades.
Em seguida, você deve perguntar o que pode ser feito nesta etapa. Isto é, quais são as atividades que farão parte desta etapa de aprendizado.
Finalmente, o planejamento também deve abordar como as tarefas serão realizadas e qual será o método de monitoramento do sucesso.
Check-in
O check-in é um processo de verificação do andamento do projeto. Geralmente constitui uma pequena reunião de 5 a 15 minutos, na qual cada participante apresenta o que tem feito e quais são suas dificuldades.
Esta etapa ajuda a construir o senso de equipe, despertar a colaboratividade e também a criar novas ideias, com todos os envolvidos auxiliando na quebra de barreiras para que o projeto seja concluído.
Análise
A etapa de análise tem por objetivo verificar se os objetivos foram cumpridos e qual foi o grau de facilidade ou dificuldade na tarefa.
Ela também permite que os estudantes demonstrem o que aprenderam ao longo da sprint e recebam feedback dos colegas e professores.
Retrospectiva
A retrospectiva é a parte em que a equipe se senta para avaliar o que foi positivo ou não no processo. Também permite que falhas ou dificuldades sejam avaliadas com mais detalhes para que sejam sanadas em uma próxima oportunidade.
Nesse sentido, é um momento de reflexão compartilhada, que pode fortalecer o vínculo entre as pessoas e solidificar as bases para projetos futuros em conjunto.
Quais são as vantagens dessa abordagem na educação?
Seguindo a estrutura das metodologias ágeis na educação que apresentamos, os alunos desenvolvem maior consciência e responsabilidade sobre o que estão aprendendo.
A priorização de atividades auxilia no desenvolvimento de raciocínio lógico e no entendimento sobre a ordem de importância das tarefas, bem como os resultados que devem ser alcançados.
Gestão do tempo, trabalho em equipe, comunicação interpessoal e colaboratividade são outras competências trabalhadas neste modelo de atuação. Além disso, os alunos trabalham a resolução de problemas, a articulação de recursos e o monitoramento de resultados.
Como você pode ver, a abordagem que as metodologias ágeis trazem para a educação é inovadora e propõe um novo olhar sobre o processo de aprendizagem.
Ela também permite que os professores avaliem melhor questões como sociabilidade, diversidade e inclusão, orientando os alunos de forma mais flexível, adaptada e coerente com a sociedade na qual vivemos.
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